Relacionar-se é algo necessário para viver em sociedade. O relacionamento começa muito antes da linguagem verbal, através do olhar, do toque, do som. Um amigo, um chefe, uma mãe, um pai ou um namorado. Quando um relacionamento está sendo abusivo? Será que aqueles comportamentos logo no início eram um sinal?
Quando se fala em abuso, imediatamente liga-se violência corporal, mas na verdade o abuso, muitas vezes antes de ser físico, é psicológico, sexual e/ou financeiro. Ele se inicia ao abdicar de atividades, coisas ou pessoas, que são importantes em prol de outro. Aquele amigo que nunca mais saiu com o grupo por conta de namoro, ou aquela amiga que onde quer que esteja o namorado está junto. Muitas vezes esse deixar de fazer por si não é notado no começo, mas incomoda com o passar do tempo.
Essas relações se mantem devido a dependência que é criada da vitima pelo dominador. Sendo assim, ela acaba por ter medo de se posicionar e se sente mais segura ali, realizando as vontades de seu parceiro. Essa percepção racional do que está ocorrendo muitas vezes se quer acontece, já que está presente o excesso de “poder” de um sobre o outro. Ou seja, é uma relação permeada pela necessidade de controle, de ter aquela pessoa para si o tempo todo e pela insegurança crescente de quem se submete.

Os casos de relacionamentos abusivos onde a vítima é a mulher são cada vez mais frequentes. Muitas são as que deixam de usar determinadas roupas, de sair com determinadas pessoas, ou até de se comportar de determinada forma para agradar, ou seja, acabam se anulando para que seus companheiros (as) cresçam. Quando essas mulheres resolvem se posicionar e se defender, acabam incomodando seus parceiros (as) e recebem chantagens e/ou ameaças como resposta. Essas ameaças e chantagens são também uma forma de abuso.
Todavia, muito diferente do que se pensa, um relacionamento abusivo não é necessariamente de um homem dominador para uma mulher vítima. Existem casos onde a mulher é dominadora de um homem, assim como mulheres de outras mulheres e homens de outros homens. Ou seja, nenhum tipo de relacionamento está imune ao abuso.

Como reconhecer?
Através de algumas perguntas pode-se iniciar uma reflexão a respeito, lembrando que a conclusão depende não somente das respostas às perguntas a seguir:
Seu/sua parceiro (a):
Mexe em seu celular?
Pergunta constantemente com quem/onde você estava?
Liga de chamada de vídeo quando você sai ou demora a chegar?
Acessa suas redes sociais?
Fica incomodado com quem comentou/curtiu suas fotos?
Tem suas senhas, seja de redes sociais ou e-mails, e controla seus acessos?
Emite alguma opinião a respeito de sua roupa de forma que você acabe trocando?
Controla seu cabelo?
Diminui a sua autoestima ou fala que você tem que se arrumar e ficar bonito(a) só quando está com ela(e)?
O seu relacionamento te afastou de todas ou boa parte das pessoas em seu meio, inclusive seus familiares e amigos?
Você se sente muito mais presente nas atividades que ele(a) gosta de fazer do que ele(a) nas suas?
O sexo é natural ou já não tem mais tanta vontade?
Ele(a) pressiona sexualmente para fazer coisas que você não quer ou que não está pronto(a)?
Você já foi agredida(o) fisicamente e foi apenas uma briguinha?
Você acredita que seu mundo não seria nada sem ele?
Você era mais seguro(a) antes dessa relação?
Se muitas respostas para essas perguntas foram afirmativas, vale questionar o relacionamento e impor alguns limites. Procure sempre a ajuda de um profissional que possa te auxiliar nessa descoberta.
Texto: Samantha C. Castro
Psicóloga
CRP 05/49870
Contato: castroo.samantha@gmail.com / (021)99999-6904
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